eram 7.00h da manha, corri a estação toda, na esperança de te encontrar.
corri comboio por comboio, café por café, loja por loja, na esperança de ter um abraço teu.
Li todos os sítios que diziam chegadas, eram muitos.. esperei à frente de cada entrada. linha 2, linha 3, linha 4, perdi-me, eram vozes por todo o lado, barulho de típica estação de estudantes, pessoas a olhar para o relógio de minuto a minuto, pessoas deitadas no chão, músicos e artistas de malabarismos, e outros pequenos talentos a pedir dinheiro com a capar da guitarra aberta. Infelizmente o motivo pelo qual estava naquela estação era outro, a esperança de recuperar, talvez um amor perdido.
Esperei até as 18.00, quando peguei no ipod, e enfiei os phones com a maior brutidão e tristeza do mundo nos meus ouvidos. Qualquer musica deixava de ter sentido, qualquer sorriso parecia irónico, quando carreguei no botão dei por mim a ouvir a nossa música, senti uma espécie de agua a escorrer-me pela cara, era fria, assim como estava o meu coração naquele momento.
O relógio da estação, já marcava 21.00h o sono já estava a apertar e a fome também, apenas me restava uma garrafa de água, uma misera gota de água.
Prometi a mim mesma esperar até o amanhecer, prometido é devido, corri o risco de ser assaltada, de me roubarem a pouca água que me restava, e as ultimas moedas que a minha carteira ainda tinha, mas pior de tudo, corria o risco de não te ver.
Marcaram 7.00 da manha do dia 3 de Dezembro, quando ouço a voz das típicas pessoas que controlam a estação a avisar que o comboio das 7.45h de destino porto-lisboa, tinha tido um problema técnico.
Peguei na velha mala que trazia comigo agarrada ao meu pescoço, e a garrafa de água que naquele momento se encontrava vazia.
Eram 7.45h, levantei-me, recompus-me, tomei um galão e comi um queque.. pago com as ultimas moedas que me restam, e segui o meu caminho.
De repente, olho para trás na esperança de te ver.. mas só vejo uma multidão de pessoas a correr cada um para seu lado.
Nem sinais teus, nem uma sombra.
Cumpri a minha própria promessa, esperei aquele tempo todo para ver se te via.
Mas não.. depois disto tudo continuo a acreditar que a esperança é a ultima a morrer, e talvez um dia volte a reviver isto tudo, mas ao contrário, nesse dia estarás tu, sentado naquela estação à minha espera.
lindo!
ResponderEliminarperfeito. Maravilhoso.
Sem palavras, adorei. :)
obrigada patrícia (:*
ResponderEliminaradorei!
ResponderEliminarQue texto lindo !
ResponderEliminarDiz-me muito :o
muito bonito :)
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